Por reuters – foto: getty images
O presidente da China, Xi Jinping, alertou que o mundo enfrenta uma escolha entre paz ou guerra ao abrir o maior desfile militar já realizado em seu país, ladeado por Vladimir Putin, da Rússia, e Kim Jong Un, da Coreia do Norte.
O evento na Praça da Paz Celestial, que marca os 80 anos da derrota do Japão no fim da Segunda Guerra Mundial, foi amplamente ignorado por líderes ocidentais, com Putin e Kim – considerados párias no Ocidente – como convidados de honra.
Planejado para projetar o poder militar e a influência diplomática da China, o desfile acontece também em meio às tarifas comerciais e à política volátil do presidente dos EUA, Donald Trump, que têm tensionado as relações de Washington com aliados e rivais.
“Hoje, a humanidade se depara com a escolha entre paz ou guerra, diálogo ou confronto, ganha-ganha ou soma zero”, disse Xi a uma plateia de mais de 50 mil pessoas, acrescentando que o povo chinês “está firmemente do lado certo da história”.
Vestindo um terno no estilo dos usados pelo ex-líder Mao Tsé-tung, Xi cumprimentou mais de 20 líderes dizendo em inglês “Nice to meet you” e “Welcome to China”. O presidente da Indonésia, enfrentando protestos generalizados em casa, fez uma aparição surpresa.
“Por favor, transmitam meus calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong Un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”, escreveu Trump em uma publicação na Truth Social quando o desfile começou.
Trump havia dito anteriormente a repórteres que não via o desfile como um desafio aos Estados Unidos e reiterou sua “relação muito boa” com Xi. O desfile conta com exibições aéreas, tropas marchando e equipamentos militares de ponta, como mísseis hipersônicos, drones não tripulados e tanques equipados.
Principais avenidas e escolas foram fechadas em Pequim para o desfile, resultado de semanas de preparativos rigorosos de segurança e ensaios noturnos.
Visão de uma nova ordem global
Xi retrata a Segunda Guerra Mundial como um ponto de virada na “grande revitalização da nação chinesa”, na qual o país superou a humilhação da invasão japonesa para se tornar uma potência econômica.
No início desta semana, Xi apresentou sua visão de uma nova ordem global em uma cúpula regional de segurança, pedindo unidade contra o “hegemonismo e a política de poder” — uma crítica velada aos Estados Unidos e às tarifas de Trump, direcionadas tanto a aliados quanto a adversários.