Por Cristiane Oya e Rodrigo Saviani, RPC e ge — Londrina
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga o empresário Rodrigo Reis e o sócio dele, Igor Freitas, filho do boxeador Acelino Freitas, o Popó, por possível tentativa de aliciamento para manipular um jogo da Série C do Brasileiro. Eles foram alvos de busca e apreensão da Operação Derby, deflagrada nesta sexta-feira.
Rodrigo e Igor são suspeitos de oferecer R$ 15 mil a pelo menos um de três jogadores do Londrina para levar o cartão amarelo até os 27 minutos do jogo contra o Maringá, disputado em abril, pela terceira rodada da Série C. Segundo o Londrina, o trio recusou a oferta, e nenhum dos jogadores que levaram cartão na partida está envolvido no caso.
Nesta sexta-feira 12, o Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados de busca em Salvador e Itapema, em parceria com os órgãos de segurança da Bahia e de Santa Catarina. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal.
Segundo a investigação, Igor Freitas fez o contato inicial com os jogadores pelo Instagram, se apresentando como “empresário e representante com acesso direto às maiores empresas do mercado nacional” e “atuando em projetos estratégicos, ativações e negociações de patrocínios e parcerias”.
Apenas um dos atletas respondeu, e Igor pediu o número do celular dele para que o sócio, Rodrigo Rossi, entrasse em contato.
Conforme o MP-PR, na conversa de Rodrigo Rossi com o atleta do Londrina, “nos primeiros áudios foram feitas propostas relacionadas ao gerenciamento de marketing do jogador, mas logo que o jogador informa não ter interesse, recebe uma mensagem de áudio de visualização única, na qual segundo seu depoimento foi lhe prometida vantagem patrimonial, consistente na quantia de ao menos R$ 15.000,00 (quinze mil reais) antecipados, para que recebesse um cartão amarelo nos primeiros 27 minutos da partida entre Londrina x Maringá”.
Ainda segundo o Ministério Público, “por se tratar de mensagem de visualização única não foi possível reproduzir seu conteúdo, mas conforme se verifica do print da mensagem, o jogador indignou-se com a proposta e prontamente a recusou”.
Por fim, o MP-PR aponta que Igor Freitas e Rodrigo Rossi podem ser denunciados pelo artigo 199 da Lei Geral do Esporte, por “dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena para esses casos é de reclusão de dois a seis anos, e multa.