Fome e conflito no Sudão: uma crise humanitária sem precedentes

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A guerra civil no Sudão do Sul intensificou-se nos últimos meses, mergulhando a população em uma crise humanitária considerada a maior do planeta pela ONU. A fome já afeta cerca de 26 milhões de sudaneses, especialmente na região de Darfur, onde o cerco militar e o colapso dos serviços dificultam o envio de ajuda, conforme alerta Cindy McCain, diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA):

“Estamos vendo comunidades inteiras morrerem de fome diante de nossos olhos. A resposta internacional está muito aquém do necessário”.

O conflito opõe o Exército, liderado por Abdel Fattah al-Burhan, às Forças de Apoio Rápido comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, cujas disputas pelo controle de ricos recursos minerais como o ouro vêm alimentando a violência.

A cidade de El-Fasher, último bastião do Exército em Darfur, foi recentemente tomada pelos paramilitares, com um massacre na Maternidade Saudita vitimando mais de 460 civis, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este cenário dramático tem provocado o maior deslocamento interno do mundo, com mais de 10 milhões de pessoas forçadas a fugir, enfrentando falta de água, abrigo e medicamentos em campos superlotados nas fronteiras com países vizinhos. A comunidade internacional vem recebendo apelos para garantir a abertura de rotas de ajuda humanitária e o respeito ao direito internacional, em meio a uma catástrofe que ameaça desestabilizar toda a região do Chifre da África.

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