Por: Lucas de Azevedo
Na última terça-feira,4, o Vaticano anunciou um decreto oficial aprovado pelo Papa Leão XIV que reforça uma posição central da fé católica: Jesus Cristo é o único salvador da humanidade. Além disso, o documento instrui os fiéis a não se referirem à Virgem Maria como “corredentora” — título que vinha causando debates teológicos dentro da Igreja por décadas.
Em entrevista coletiva realizada fora do Vaticano, o cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, explicou que o termo “corredentora” pode gerar confusão entre os católicos e distorcer o papel único de Jesus na Redenção.
“Esse título corre o risco de obscurecer a única mediação salvífica de Cristo e criar desequilíbrios na harmonia da fé,” afirmou o cardeal.
A nova diretriz reconhece, entretanto, o papel singular de Maria como mãe de Jesus e intermediária entre Deus e os homens: “Ao aceitar gerar o Filho de Deus, ela abriu as portas da Redenção que aguardávamos,” complementou.
Contudo, a Igreja deixa claro que Maria não deve ser vista como alguém que divide ou iguala a obra redentora de Cristo.
Essa publicação encerra debates recentes que envolveram papas como João Paulo II, que chegou a usar o título em discursos, e seus sucessores Bento XVI e Francisco, que recusaram o termo. O Papa Francisco chegou a classificar como “loucura” a ideia de uma Maria “quase-redentora”. “O Redentor é um só, e esse título não se duplica,” destacou em suas declarações anteriores.
A decisão visa preservar a clareza da doutrina católica sobre a salvação e evitar confusões entre os 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo.

