Por: Lucas de Azevedo
A Alemanha proibiu nesta quarta-feira (5) o grupo radical islâmico Muslim Interaktiv, responsável pela propagação de conteúdo fundamentalista especialmente direcionado a menores de idade nas redes sociais, principalmente pelo TikTok. Fundado em 2020, o grupo defende a formação de um califado mundial, rejeita a democracia e considera os muçulmanos na Alemanha como uma minoria discriminada.
O ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, afirmou que ações contra o grupo são parte de uma repressão ao que chamou de “islamismo do TikTok” e reforçou que o país agirá com rigor legal contra quem incita o ódio contra israelenses, judeus, mulheres e minorias. Imóveis ligados ao grupo foram alvo de buscas em Hamburgo, Berlim e Hesse, e as contas do Muslim Interaktiv foram bloqueadas nas redes sociais.
O secretário de Interior de Hamburgo, Andy Grote, descreveu a operação como “um golpe contra o islamismo moderno do TikTok”, alertando que jovens têm sido recrutados para esse radicalismo e até suspeitos de planejar atos violentos. Andreas Jacobs, especialista em Oriente Médio da Fundação Konrad Adenauer, qualificou o Muslim Interaktiv como um “culto juvenil identitário”, ressaltando que pregadores e influenciadores salafistas usam formatos dinâmicos nas redes para difundir mensagens extremistas entre jovens.
Em 2024, o grupo organizou uma manifestação em Hamburgo que reuniu mais de 1.200 pessoas contra políticas islamofóbicas, com cartazes clamando pela criação do califado. Outros dois grupos, Generation Islam e Realität Islam, também estão sob investigação por atividades semelhantes.