Por: Lucas de Azevedo
Pierre Moscovici, presidente do Tribunal de Contas francês, denunciou nesta quinta-feira, 6, que o Museu do Louvre priorizou operações de grande visibilidade e projetos de renovação estética em detrimento do investimento urgente em segurança.
Ele afirmou que o roubo das joias da Coroa em 19 de outubro foi “um sinal de alerta garantido sobre o ritmo muito insuficiente de atualização dos equipamentos de segurança do museu”, destacando que cerca de 61% das galerias ainda não têm câmeras, o que facilitou o assalto milionário avaliado em mais de 100 milhões de dólares.
Moscovici criticou o atraso persistente na segurança, apesar do Louvre mobilizar recursos expressivos para manutenção, restauração e aquisições artísticas, ignorando as necessidades crescentes da segurança institucional.
Laurence des Cars, diretora do Louvre, reconheceu as fragilidades da segurança após o roubo e declarou em resposta que aceita a maioria das recomendações do Tribunal, mas lamenta que o relatório ignore várias ações tomadas pelo museu no âmbito da segurança.
Ela admitiu que o sistema externo de videovigilância é “muito insuficiente” e salientou que a gestão do museu deve ser avaliada no longo prazo, afirmando a complexidade da situação diante dos desafios técnicos e do volume de visitantes, que chegou a nove milhões em 2024.
A revelação de que o sistema de vigilância usava senhas simples como “Louvre”, além do atraso na atualização do plano diretor contra incêndios, reforça o quadro crítico da proteção do patrimônio cultural francês.





