Por: Lucas de Azevedo
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) confirmou em 10 de novembro de 2025 a perda da certificação de eliminação do sarampo para o continente americano, refletindo o aumento expressivo de casos na região. Em 2025, até novembro, foram registrados mais de 12.500 casos confirmados em dez países, incluindo o Brasil, com a maior concentração nos Estados Unidos, Canadá e México.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, alertou que a perda é reversível, mas “enquanto o sarampo não for eliminado mundialmente, nossa região continuará enfrentando o risco de reprise do vírus, especialmente onde a vacinação não atingir o mínimo de 95% recomendado”.
No Brasil, 34 casos foram confirmados em 2025, com destaque para o surto na cidade de Campos Lindos, Tocantins, local com resistência histórica à vacinação. Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica para a Eliminação do Sarampo do Ministério da Saúde, destacou que o país mantém vigilância ativa e intensificações nas campanhas vacinais. Ele disse:
“Estamos detectando precocemente os casos, fazendo bloqueio vacinal e atuando nos bolsões de baixa cobertura para evitar a disseminação”.
Segundo Kfouri, a segunda dose da vacina, que caiu para cerca de 80% de cobertura, precisa ser ampliada urgentemente para garantir proteção efetiva.
Isabela Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), reforçou o risco da baixa cobertura vacinal e as consequências para o continente:
“Perder o certificado de eliminação é um retrocesso grave e aumenta o risco para toda a população das Américas. Precisamos urgentemente alcançar, no mínimo, 95% de cobertura com as duas doses da vacina para evitar surtos sucessivos”.
A vacina tríplice viral, incorporada no calendário do SUS, protege contra sarampo, rubéola e caxumba, e está disponível para atualização do esquema vacinal em todas as faixas etárias até 59 anos.





