República Democrática do Congo e M23 assinam acordo-base em Doha, mas desafios cruciais permanecem para a paz

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No último sábado, 15, a República Democrática do Congo (RDC) e o grupo armado M23 firmaram um acordo-quadro em Doha, Qatar, definindo uma estrutura para negociações visando o fim dos combates na região de Kivu. Segundo Benjamin Mbonimpa, chefe da delegação do M23, o acordo estabelece oito protocolos a serem negociados detalhadamente, tratando das causas do conflito e com a assinatura do acordo final condicionada à conclusão desses pontos.

“Este acordo não muda as condições atuais no terreno, mas o progresso dependerá da realização sequencial de cada protocolo”, declarou Mbonimpa. O processo de paz, mediado pelo Qatar desde abril, também contempla temas como a restauracão da autoridade estatal e o retorno dos deslocados, conforme destacou um alto funcionário qatari presente no evento.

Lawrence Kanyuka, porta-voz do M23, destacou como crucial a negociação sobre a gestão conjunta das áreas atualmente controladas pelos rebeldes, um tema em debate há anos sem solução definitiva. A assinatura do acordo contou com a presença de Massad Boulos, assessor sênior dos Estados Unidos, que afirmou que o quadro abre caminho para um acordo duradouro, embora ponderou que negociações importantes ainda precisam ocorrer.

A situação humanitária na região continua crítica, com milhares de mortos e milhões deslocados, e o futuro da paz dependerá da implementação dos protocolos e da redução do combate nas áreas afetadas, enquanto tensões regionais, especialmente entre RDC e Ruanda, ainda pairam sobre o processo.

O conflito é impulsionado por disputas étnicas, interesses econômicos ligados à exploração mineral e apoio externo controverso, especialmente da vizinha Ruanda.

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