Por: Lucas de Azevedo
A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada à morte em um tribunal especial por crimes contra a humanidade relacionados à repressão violenta contra estudantes que realizaram uma onda de protestos em 2024, resultando em centenas de mortos.
A sentença, foi anunciada nesta segunda-feira, 17; gerou uma atmosfera de tensão e mobilização pelo país, com reforço expressivo da segurança nas ruas. Hasina, que já enfrentou diversas tentativas de assassinato ao longo de sua carreira política, está sendo julgada à revelia, já que permanece exilada na Índia.
Os críticos afirmam que a repressão aos protestos estudantis, que passaram de demandas por cotas em empregos públicos a um movimento contra o governo, foi brutal e custou a vida de centenas, com a ONU estimando até 1400 mortes e 14 mil feridos.
A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina, de 78 anos, foi julgada à revelia, porque fugiu para a Índia, onde está em exílio desde agosto do ano passado. Ela nega envolvimento em atrocidades e criticou o processo judicial.
O Tribunal Internacional de Crimes, instituído em Bangladesh pelo governo interino do vencedor do Nobel da Paz Muhammad Yunus, concluiu que Hasina era responsável pela repressão, que resultou nas mortes de mais de 450 pessoas, incluindo assassinato e a ordem de uso de armas letais contra manifestantes.
Em entrevista concedida pouco antes da sentença, Parvez Hossain, um estudante de 30 anos, disse em 6 de agosto de 2024: “Agora recuperamos a liberdade de Bangladesh. Queremos reconstruir a nação num caminho novo e justo. “
Já a ex-primeira-ministra, em mensagem áudio pouco antes da decisão judicial, pediu calma a seus apoiadores, afirmando que não há razão para nervosismo, apesar do clima de incerteza.





