ONU alerta para impossibilidade do Afeganistão em reintegrar refugiados enquanto UE busca deportações

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O diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Ásia e Pacífico, Kanni Wignaraja, alertou recentemente que o Afeganistão não tem capacidade para absorver os refugiados que retornam. Segundo ele, “há um desfasamento entre os apelos globais para que as pessoas regressem ao Afeganistão e a capacidade das comunidades afegãs para absorverem as pessoas que regressam.” Wignaraja destacou os graves desafios que incluem pobreza extrema, falta de acesso à assistência internacional e condições climáticas adversas que dificultam a reintegração dos retornados.

Ao comentar sobre a situação das mulheres e raparigas, Wignaraja enfatizou a importância da liberdade e direitos dos afegãos como ponto essencial nas negociações com os Talibãs.

“Todos, homens e mulheres, raparigas e rapazes, devem ter a possibilidade de ter uma vida digna e um bem-estar básico quando regressarem. Mas, acima de tudo, as raparigas e as mulheres afegãs devem ter direito à educação e ao trabalho,” afirmou em 18 de novembro de 2025. Ele lembrou que a maioria das mulheres e meninas estão impedidas de voltar às escolas após o sexto ano e enfrentam severas restrições no mercado de trabalho.

O relatório do PNUD reflete que cerca de 4,5 milhões de afegãos no estrangeiro estão retornando, mas muitos o fazem sem bens, carregando dívidas e sem perspectivas de emprego, abrigo ou serviços básicos. Wignaraja indicou que cerca de 76% das comunidades locais não viram assistência internacional aos retornados.

Durante a mesma entrevista, ele destacou a pressão da União Europeia para deportar migrantes afegãos rejeitados, apesar das condições insustentáveis no país. A matéria pode ser ilustrada com uma foto do diretor do PNUD, Kanni Wignaraja, concedendo entrevista à Euronews em novembro de 2025.

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