UE reforça apoio financeiro à Autoridade Palestiniana, mas sem novos compromissos além dos já prometidos

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Em Bruxelas, na reunião do Grupo de Doadores para a Palestina realizada na última quinta-feira, 20, a União Europeia confirmou a contribuição financeira de 82 milhões de euros para a Autoridade Palestiniana, montante já assegurado por quatro Estados-membros: Alemanha, Luxemburgo, Eslovénia e Espanha.

A Comissária da UE para o Mediterrâneo, Dubravka Šuica, destacou que embora mais de 60 delegações tenham participado da conferência, não houve novos compromissos financeiros oficiais de países não pertencentes à UE, apesar do interesse demonstrado por alguns, como Suíça, Nova Zelândia, Noruega e Turquia. Este financiamento será canalizado pelo mecanismo Pegase, que vincula o desembolso a reformas específicas e assegura o controle sobre o destino final dos fundos.

O primeiro-ministro palestiniano Mohammad Mustafa, co-presidente do Grupo de Doadores, aproveitou a ocasião para criticar a ocupação israelita e as ações contra o governo palestiniano, reclamando a libertação das receitas fiscais que Israel arrecada em nome da Autoridade Palestiniana desde abril, mas não transfere, o que, segundo ele, põe em risco o pagamento de salários, a continuidade dos serviços e a estabilidade na Cisjordânia e em Gaza.

Mustafa enfatizou também a necessidade de responsabilizar Israel pelos danos de guerra causados na Faixa de Gaza, solicitando que o país contribua significativamente para a reconstrução da região. Já a Comissária Šuica ressaltou que nenhum euro da UE foi gasto nos controversos pagamentos às famílias de palestinianos mortos ou presos, termo que as autoridades israelitas criticam como “pagamento por morte”.

A reunião marcou mais um passo na busca de apoio financeiro e político para a estabilização e recuperação econômica da Palestina, com a UE mantendo o seu compromisso histórico, recordando que desde 1994 já destinou quase 30 mil milhões de euros à Autoridade Palestiniana.

Dubravka Šuica saudou ainda a resolução do Conselho de Segurança da ONU, liderada pelos EUA, como um avanço para a paz, embora não tenha definido se a UE fará parte do futuro Conselho de Paz proposto para Gaza, reforçando o objetivo da União Europeia pela solução dos dois Estados para a região.

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