Por: Lucas de Azevedo
O Departamento de Guerra dos Estados Unidos comunicou, na última segunda-feira, 24, a abertura de uma investigação contra o senador democrata Mark Kelly por suposta violação do Código Uniforme de Justiça Militar. O processo foi desdobrado após Kelly participar de um vídeo que aconselha os militares a rejeitarem ordens consideradas ilegais, o que gerou graves denúncias de má conduta. O órgão informou que pode haver sanções que vão desde retorno ao serviço ativo e julgamento em corte marcial até outras medidas administrativas, conduzidas com imparcialidade e devido processo legal.
Na entrevista concedida em resposta à notícia, o senador Mark Kelly disse que tomou conhecimento da investigação por meio da publicação oficial do Pentágono nas redes sociais e afirmou que a apuração “não vai funcionar” como forma de intimidação para silenciar seu trabalho no Congresso.
Kelly ressaltou que já deu muito ao país e não será silenciado por aqueles que, segundo ele, se importam mais com o poder do que com a proteção da Constituição. Ele ressaltou seu histórico como capitão aposentado da Marinha e astronauta da Nasa antes de ingressar na política, destacando a importância do compromisso com os princípios constitucionais.
A controvérsia em torno do vídeo dos democratas, divulgado em meados de novembro de 2025, provoca reação firme do governo e polariza o cenário político. No vídeo, Kelly e outros parlamentares exortam os militares a não cumprirem ordens consideradas ilegais, em meio a uma escalada de ameaças e retórica agressiva do atual presidente Donald Trump.
As tensões refletem a delicada relação entre o Executivo e o Legislativo e ressaltam a importância da obediência às ordens legais como pilar das Forças Armadas, ao mesmo tempo que reconhecem o direito e dever de recusar ordens ilegais.





