Por: Lucas de Azevedo
A veterana procuradora Teresa Peramato (a segunda da esquerda para a direita na foto) foi indicada pelo governo espanhol, na última terça-feira, 25, para ocupar o cargo de Procuradora-Geral, após a condenação do anterior titular, Álvaro García Ortiz, por vazar informações confidenciais envolvendo o parceiro de uma líder da oposição.
O ministro da Justiça, Félix Bolaños, afirmou durante entrevista que “Teresa é a pessoa ideal para substituir García Ortiz” em meio a uma crise institucional que abalou a confiança no sistema jurídico do país. Peramato, com experiência de mais de 35 anos na promotoria e reconhecida especialista em combate à violência contra mulheres, ainda precisa passar por aprovação da Comissão de Juízes e por audiência no Parlamento antes de sua nomeação oficial pelo rei Felipe.
Álvaro García Ortiz havia sido suspenso por dois anos após o veredito da Suprema Corte, que o condenou por divulgar dados sigilosos do empresário Alberto González Amador, parceiro da líder regional Isabel Díaz Ayuso, em meio a uma investigação por fraude fiscal.
Durante a mesma entrevista, Bolaños comentou que a suspensão “foi um golpe duro para o governo de coalizão do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que desde 2022 defendia García Ortiz”.
O ex-procurador negou quaisquer irregularidades e recorreu da decisão, que incluiu multas e indenização ao empresário. Essa foi a primeira vez na história moderna da Espanha que um alto procurador enfrentou um julgamento criminal, desencadeando ampla repercussão na mídia local.
A nomeação dela marca a quarta mudança no cargo desde 2018, refletindo a instabilidade política recente e a busca por estabilidade judicial. A confirmação do seu nome seguirá para avaliação do Conselho Geral do Poder Judiciário e será decidida em uma audiência parlamentar ainda sem data marcada, mantendo o país atento às próximas etapas dessa transição crítica para o sistema de justiça espanhol.
