Tarifaço de Trump atinge regiões brasileiras de forma desigual e ameaça ampliar disparidades; entenda

Pelo menos até a próxima mudança de rumo de Donald Trump, a taxação de 50% não vai mais ser de 50% para quase 700 produtos. Mas o fato é que a simples ameaça do tarifaço já produziu muita preocupação, prejuízos grandes e uma confusão histórica nas relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. A tal ponto que economistas da FGV se dedicaram a projetar os diferentes níveis de impacto desse tarifaço em cada uma das regiões brasileiras.

Em um país tão grande e diverso como o Brasil, cada região tem um perfil próprio na cadeia produtiva. No Sudeste, temos a maior parte das grandes indústrias — o aço, o petróleo. O Nordeste é um grande produtor de frutas, mel, pescado. No Centro-Oeste, o agronegócio. E a distribuição das nossas exportações para os Estados Unidos segue esse roteiro.

Por isso, a lista de produtos que entraram na taxação de 50% trouxe muita preocupação para algumas economias locais. Já no estado do Rio, o principal produto exportado — o petróleo — escapou do tarifaço. Mas o aço, o segundo mais importante, já vem sendo taxado em 50% desde junho.

O tarifaço de Donald Trump não terá o mesmo peso para todas as regiões do país — e poderá aprofundar desigualdades. É o que mostra um estudo da Fundação Getulio Vargas. Esse impacto vai depender, por exemplo, do quanto as exportações para os Estados Unidos representam para a economia de cada estado, do tipo de bem que é exportado e até do nível de qualificação da mão de obra.

No nordeste, o risco foi considerado alto a muito alto, por causa da concentração de mão de obra e de produtos primários como frutas e o camarão. No Norte, risco alto. A região exporta de produtos vegetais a eletrônicos e motocicletas. Na região Sul, que envia móveis, carnes suína e de aves, o risco é médio. No Sudeste, que concentra a maior parte das exportações — de aviões a café e suco de laranja, é de baixo a médio. Além disso, é uma região mais industrializada e alguns de seus principais produtos saíram da lista do tarifaço.

Centro-Oeste, que vende carnes, grãos e minérios, e os parceiros comerciais são mais diversificados, foi classificado pela FGV como de baixo risco. Isso porque os países parceiros comerciais são mais diversificados.

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