Por: Lucas de Azevedo
Sindicatos de jornalistas franceses, como o SNJ e a IFJ, entraram com queixa na promotoria antiterrorismo da França contra autoridades israelenses por obstrução sistemática à liberdade de imprensa nos territórios palestinos, anunciada na última terça-feira, 2. A ação denuncia um bloqueio inédito a jornalistas estrangeiros em Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, com relatos de assaltos, detenções e confisco de equipamentos contra repórteres franceses.
Louise El Yafi, uma das advogadas da queixa, declarou à Franceinfo: “Isso é ainda mais inédito dado que os jornalistas palestinos no terreno trabalham em condições extremamente perigosas”.
Ela acrescentou: “A queixa vai ao coração da democracia. Quando se impede jornalistas de entrar em zona de guerra, impede-se a sociedade de compreender o que se passa lá”. As advogadas Inès Davau e Louise El Yafi descreveram a ação como pioneira, afirmando ser a primeira vez que obstrução à profissão jornalística e crimes de guerra contra repórteres são levados a um tribunal nacional para proteger franceses em zonas de conflito.
Uma fonte diplomática israelense reagiu à Euronews em 2 de dezembro de 2025, chamando a queixa de “procedimento ilegal” e “tela de fumaça para difamar Israel”, argumentando que o acesso a Gaza é inseguro. A IFJ relata que pelo menos 225 jornalistas palestinos foram mortos desde outubro de 2023.





