Por: Lucas de Azevedo
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, declarou na última quarta-feira, 3, que a eventual apreensão pela União Europeia de ativos russos congelados equivaleria a uma “justificativa” para ações drásticas de retaliação por parte de Moscou.
Em publicação nas redes sociais, o ex-presidente russo criticou duramente a medida europeia, afirmando que ela representaria não apenas roubo, mas uma provocação que poderia legitimar respostas militares ou judiciais ilimitadas contra a UE. A declaração ocorre em meio a discussões sobre o uso de cerca de US$ 300 bilhões em reservas russas congeladas desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Medvedev enfatizou que a Rússia processaria nações da UE e líderes de Bruxelas “até o fim dos tempos” por meio de todos os tribunais internacionais e nacionais disponíveis, além de meios extrajudiciais, conforme postagens anteriores em setembro de 2025 que ecoam o tom beligerante atual.
Ele descreveu os europeus como “degenerados de Bruxelas” em contextos prévios, reforçando a retórica de confronto total caso os ativos sejam confiscados para financiar a defesa ucraniana. Essa fala se alinha a alertas prévios do Kremlin, como os de Dmitry Peskov, porta-voz presidencial, que em outubro de 2025 equiparou o uso dos fundos a “roubo puro”.
A posição de Medvedev ganha relevância dias após Vladimir Putin afirmar, em 3 de dezembro de 2025, que a Rússia está “pronta” para guerra com a Europa, intensificando tensões antes de possíveis negociações de paz com os EUA sob o presidente Donald Trump.
Analistas ocidentais veem nessas declarações uma estratégia para dissuadir o G7 e a UE de prosseguir com planos de empréstimos ou confisco direto, sob risco de erosão da confiança em moedas e títulos soberanos globais. A foto de Medvedev, capturada durante evento recente do Conselho de Segurança, ilustra sua postura desafiadora.





