Por: Lucas de Azevedo
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, fez um apelo direto à ONU na última quarta-feira (17), durante coletiva no Palácio Nacional, para impedir o “derramamento de sangue” na Venezuela em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos.
“Fazemos um apelo para que qualquer controvérsia internacional seja resolvida por meio do diálogo e da paz, e não pela intervenção. A posição do México deve ser sempre: não à intervenção, não à invasão e solução pacífica dos conflitos.
Além disso, fazemos um apelo à Organização das Nações Unidas para que assuma o seu papel, porque até agora não se viu isso, a fim de evitar um derramamento de sangue desnecessário”, destacou Sheinbaum, reforçando os princípios constitucionais mexicanos de não ingerência e autodeterminação dos povos.
A declaração veio logo após o presidente Donald Trump anunciar, na terça-feira (16), um bloqueio aéreo e naval total contra navios e aviões sancionados que transportem petróleo para ou da Venezuela, medida que se soma ao fechamento do espaço aéreo em novembro e à Operação Lança do Sul contra o tráfico de drogas.
Sheinbaum criticou as ações unilaterais de Washington, que visam pressionar o regime de Nicolás Maduro, e ofereceu o México como mediador para negociações pacíficas, enfatizando que a ONU deve intervir ativamente para evitar violência na região.
A fala ocorre em contexto de sanções ampliadas pelos EUA, com 18 petroleiros retidos em águas venezuelanas, impactando exportações de petróleo e elevando temores de confronto no Caribe e América Latina. Autoridades mexicanas insistem na diplomacia como única via, cobrando responsabilidade internacional para preservar a estabilidade hemisférica.
