Von der Leyen alerta para realidade “perigosa” da UE em ordem mundial em mudança

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A presidente da Comissão Europeia, (UE), Ursula Von der Leyen, elevou o tom das expectativas para a cúpula crucial dos 27 líderes da UE em Bruxelas na última quarta-feira (17), descrevendo as negociações como decisivas para a segurança e independência europeia, em discurso proferido no Hemiciclo de Estrasburgo.

“A paz de ontem acabou. Não temos tempo para nos entregar à nostalgia. O que importa é como confrontamos o hoje”, afirmou von der Leyen, enfatizando a urgência: “Sabemos da urgência. Ela é aguda. Todos a sentimos. Todos a vemos”.

Ela defendeu um plano inédito para usar ativos russos congelados em um empréstimo de reparações para sustentar economicamente a Ucrânia contra a agressão russa, apesar das divisões entre líderes europeus e reservas da Bélgica, onde a maioria dos ativos está depositada, quanto à distribuição igualitária dos riscos.

Os líderes também enfrentam a decisão sobre o acordo de livre-comércio com o bloco sul-americano Mercosul, após 25 anos de negociações, que exige maioria qualificada de 15 países representando 65% da população da UE, em meio a oposição de França e pressão de sua agricultura doméstica, com a Itália de Giorgia Meloni atuando como “kingmaker” ao manter posição ambígua.

Von der Leyen rebateu diretamente o pivô recente dos EUA sob o presidente Trump, que descreveu a Europa como “nações em decadência” lideradas por “políticos fracos”, e críticas do representante comercial Jamieson Greer às regulações digitais da UE, declarando:

“Nós, europeus, não podemos permitir que as visões de mundo de outros nos definam. Ninguém deve se chocar com o que outros dizem sobre a Europa. Mas deixem-me dizer: não seria a primeira vez que suposições sobre a Europa se provaram desatualizadas, e que a ordem mundial pós-guerra está mudando além do reconhecimento”.

Um porta-voz da UE respondeu que “nossas regras se aplicam igualmente e de forma justa a todas as empresas no mercado europeu, garantindo um campo de jogo seguro, justo e nivelado, em linha com as expectativas dos cidadãos”.

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