Por: Lucas de Azevedo
Milhares de agricultores europeus paralisaram Bruxelas na última quinta-feira (18) com 950 tratores, pneus queimados e chamas elevando colunas de fumaça no Bairro Europeu, durante a última cúpula anual dos 27 líderes da União Europeia (UE), protestando veementemente contra o acordo comercial com o Mercosul e a reforma da Política Agrícola Comum (PAC).
A polícia local registrou mais de 7 mil participantes, recomendando que moradores fechassem portas e janelas devido à fumaça densa na Praça de Luxemburgo, enquanto os produtores rurais denunciam prejuízos irreparáveis a setores como carne bovina, aves, açúcar e soja com a entrada sem tarifas de produtos sul-americanos.
“A União Europeia está propondo uma redução de mais de 20% no orçamento para a próxima PAC (para o período 2028-2034), enquanto continua a ratificar o acordo comercial com o Mercosul. Isso é totalmente inaceitável”, declarou um porta-voz da Federação Valona de Agricultura (FWA) em entrevista concedida hoje durante o protesto.
Os manifestantes, organizados por sindicatos como o francês FNSEA, marcharam exigindo “escolhas claras dos chefes de Estado e da Comissão Europeia para o futuro da agricultura europeia”, destacando a concorrência desleal de nações sul-americanas sem as mesmas normas ambientais rigorosas da UE, em um confronto que já paralisou o centro da cidade e escalou com arremessos de objetos e resposta policial com canhões de água.
“Exigir escolhas claras dos chefes de Estado e da Comissão Europeia para o futuro da agricultura europeia”, afirmou o principal sindicato agrícola francês, FNSEA, em declaração coletiva no mesmo dia reforçando temores de soberania alimentar ameaçada e subsídios diluídos no orçamento geral da UE.





