Sarajevo sufocada: nevoeiro tóxico paralisa cidade e autoridades ordenam isolamento

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Sarajevo, capital da Bósnia, enfrenta uma crise ambiental aguda desde a última quinta-feira, (18), com um nevoeiro denso carregado de poluentes que cancelou voos no aeroporto local, proibiu a circulação de caminhões acima de 3,5 toneladas no centro urbano e recomendou que crianças e idosos permaneçam em casa, enquanto escolas mantêm alunos no interior e obras ao ar livre foram suspensas.

A qualidade do ar foi classificada como “insalubre” pela empresa suíça IQAir, com níveis de partículas PM2.5 até dez vezes acima do recomendado, agravados pela localização da cidade em um vale cercado por montanhas que retém os poluentes de aquecimento doméstico a carvão e madeira, emissões veiculares e falta de vento para dispersão.

Enis Krecinic, especialista em poluição do ar do Instituto Estatal de Meteorologia, alertou em entrevista concedida nesta quinta-feira: “Precisamos de uma solução sistêmica, pois cerca de 40 mil agregados familiares ainda dependem de sistemas de aquecimento não sustentáveis, e os níveis tóxicos persistem sem mudanças imediatas no clima”.

Moradores relatam impactos diretos na saúde, com aumento de infecções respiratórias, riscos cardiovasculares e mortes prematuras associados à exposição prolongada, ecoando problemas crônicos nos Bálcãs Ocidentais onde proteção ambiental é fraca apesar de aspirações à adesão à União Europeia.

Em declarações recentes semelhantes a este episódio, Samra Adlic, residente de Sarajevo durante uma onda anterior de smog, criticou:

“Está virando tradição de Ano Novo liderarmos a lista das cidades mais poluídas da Europa; todos temos culpa, e a melhor proteção é usar máscara fora de casa ou ficar dentro, pois não há escapatória desse smog”, enquanto Sinisa Marcic, outro local na mesma data, pressionou: “Como cidadão, vejo a poluição como o maior problema do país, especialmente em centros urbanos; os cidadãos devem forçar os governos a agir, porque isso é insustentável”.

Autoridades reiteram o apelo para minimizar saídas, com máscaras como medida essencial até que ventos dissipem o ar tóxico.

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