Por: Melissa Cardoso
O governo francês apelou, na última sexta-feira (19), por uma trégua de natal nos protestos dos agricultores, que bloqueiam estradas há mais de uma semana contra a política de abate de rebanhos inteiros afetados pela doença da pele nodular e o acordo comercial União Europeia (UE)-Mercosul, adiando bloqueios durante as festas para evitar transtornos nas viagens familiares.
Após reuniões com o primeiro-ministro Sébastien Lecornu, Arnaud Rousseau, presidente da principal união FNSEA, declarou apoio à trégua, afirmando que Lecornu enviaria uma carta até aquela noite detalhando compromissos com o setor, e marcou novo encontro para 8-10 de janeiro; já Pierrick Horel, da união dos Jovens Fazendeiros, ecoou a posição, dizendo que os membros observariam a pausa natalina.
Bertran Venteau, da Coordenação Rural, pediu “boa vontade” aos membros, notando que “a população nos apoia, não podemos nos distanciar dela” em entrevista no mesmo dia, e viu “um vislumbre de esperança” para soluções em janeiro contra o abate de rebanhos.
Stéphane Galais, porta-voz da Confederação Camponesa, expressou decepção após o encontro em 19 de dezembro de 2025, afirmando que “não podem levantar os bloqueios sem progresso concreto no acesso à vacinação” e que “a raiva não acalmará se ele não priorizar” a proteção de rebanhos e produtores, opondo-se também ao acordo Mercosur e à reforma da Política Agrícola Comum.
O ministro do Interior Laurent Núñez relatou 93 ações de protesto com 4 mil pessoas e 900 veículos, principalmente em rodovias, enquanto o exército acelera vacinação em massa de 750 mil vacas no sudoeste. A porta-voz Maud Bregeon advertiu que o governo “não tolerará mais bloqueios” nas festas, e alguns bloqueios começaram a ser levantados na tarde de sexta.[imagem de fazendeiros protestando com tratores bloqueando rodovia na última sexta-feira, (19).