Por: Lucas de Azevedo
Em negociações que duram mais de 25 anos, iniciadas em 1999 e concluídas no fim de 2024 durante a cúpula do Mercosul no Uruguai, o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) pode avançar nesta terça-feira (16), com votações no Parlamento Europeu sobre medidas de salvaguarda para proteger o agronegócio europeu de importações excessivas do bloco sul-americano.
O pacto prevê que a UE elimine tarifas de importação em 77 produtos agropecuários do Mercosul, enquanto o Mercosul se compromete a zerar taxas em 91% dos artigos europeus, mas enfrenta forte oposição da França, que pediu adiamento da votação citando falta de normas ambientais e sanitárias adequadas.
O primeiro-ministro francês Sebastien Lecornu declarou em comunicado recente que o acordo ainda não atende às exigências parisienses, em meio a protestos de agricultores, e deputados da Assembleia Nacional aprovaram resolução pressionando Emmanuel Macron a rejeitar o tratado.
A França busca aliados como Polônia, Hungria, Áustria e Irlanda para formar minoria bloqueadora, enquanto o processo segue para o Conselho Europeu nos dias 18 e 19 de dezembro, exigindo aprovação de pelo menos 15 dos 27 países, representando 65% da população da UE, antes da possível assinatura na cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu no dia 20, com presença de Ursula von der Leyen.
Do lado brasileiro, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu em declaração na última nesta segunda-feira (15) a assinatura imediata do acordo, afirmando:
“Não dá mais para esperar sair o acordo firmado. Não adianta a gente ficar procurando o acordo perfeito. Por isso que ele passa mais de 25 anos [em negociação]. Temos de implementar e gravativamente ir aperfeiçoando”, priorizando a implementação provisória para ajustes posteriores, apesar das salvaguardas europeias que preocupam o Itamaraty.





