Por: Melissa Cardoso
Milhões de australianos acenderam velas e observaram um minuto de silêncio na praia de Bondi, em Sydney, neste domingo (21), exatamente uma semana após o massacre antissemita que matou 15 pessoas durante uma celebração judaica de Hanukkah, motivado pela ideologia do Estado Islâmico e perpetrado por pai e filho.
O primeiro-ministro Anthony Albanese, em declaração no sábado (20), convocou a nação a refletir sobre “a luz contra a escuridão”, afirmando:
“Serão 60 segundos retirados do barulho do cotidiano, dedicados a 15 australianos que deveriam estar entre nós hoje. Será uma pausa para refletir e afirmar que o ódio e a violência nunca nos definirão como australianos”, enquanto participava das homenagens na praia icônica, onde bandeiras foram hasteadas a meio mastro e centenas de surfistas formaram círculos no mar em tributo espontâneo na última sexta-feira (19). Autoridades discutem um memorial permanente no local e um dia nacional de luto em 2026, em meio a debates sobre combate ao antissemitismo.
Uma testemunha do ataque, entrevistada pela Reuters no domingo (14), descreveu o terror:
“Eu corri para a praia, acho que todo mundo correu para a praia. Foi bem assustador. E depois voltei para ver o que estava acontecendo. Algumas pessoas ajudaram alguns idosos a se levantar e sair dali, mas havia muitos corpos no chão”, referindo-se ao atirador com fuzil automático disparando da ponte contra a multidão.
Alex Ryvchin, co-diretor do Conselho Executivo da Comunidade Judaica Australiana, falou à Sky News no mesmo dia sobre o evento ao pôr do sol: o tiroteio irrompeu durante a festa de Hanukkah, dispersando famílias e deixando 40 feridos, incluindo crianças, em um ato classificado como terrorismo antissemita. Albanese, em coletiva na sexta-feira (19), reforçou a raiva nacional:
“Os australianos estão chocados e furiosos. Eu estou furioso. Precisamos fazer mais para combater este flagelo maligno”, prometendo medidas contra o extremismo após o Estado Islâmico reivindicar o ataque.


