Por: Lucas de Azevedo
O Brasil tem sido apontado como o teste mais forte para a aplicação da chamada Doutrina Donroe, em análise recente publicada pelo The New York Times. Na entrevista concedida nesta segunda-feira, 17, analistas destacam que o país representa um cenário único onde a resistência à pressão externa, sobretudo dos Estados Unidos, é colocada à prova de maneira inédita.
A Doutrina Monroe foi um princípio da política externa dos Estados Unidos, proclamado em 1823 pelo presidente James Monroe, que estabelecia a não intervenção de potências europeias nos assuntos das Américas e, em troca, a não interferência dos EUA em conflitos europeus.
O lema “América para os americanos” reflete a intenção de impedir a recolonização europeia, mas também abriu caminho para o imperialismo dos EUA no continente, que se posicionaram como “guardiões” da região e passaram a interferir nos assuntos latino-americanos.
Segundo o editorial do jornal, esta situação transforma o Brasil em um “teste de fogo” para o que ocorre quando um governo enfrenta uma superpotência com posturas firmes de soberania e não cede a ordens externas.
Entre os entrevistados, especialistas em relações internacionais comentam sobre a postura do governo brasileiro frente às tentativas de influência dos EUA, cuja estratégia está alinhada à Doutrina Donroe.
Um deles ressaltou que, apesar das pressões, o Brasil mantém uma combinação de discurso assertivo contra o que chama de “imperialismo” e pragmatismo econômico, buscando equilíbrio entre a autonomia política e interesses comerciais.
Outro entrevistado pontuou que o sucesso ou fracasso do Brasil nesse contexto poderá definir parâmetros para futuras relações geopolíticas em todo o hemisfério.





