Por: Lucas de Azevedo
Neste domingo, 16, mais de 15,7 milhões de chilenos votaram na eleição presidencial do país com voto obrigatório pela primeira vez desde a redemocratização. A disputa que avançou para o segundo turno colocou frente a frente Jeannette Jara, candidata comunista e ex-ministra do Trabalho do governo Gabriel Boric, e José Antonio Kast, líder da direita e fundador do Partido Republicano.
Jara, que lidera as pesquisas com cerca de 27% dos votos, destacou em entrevista recente seu compromisso em “governar para os cidadãos e não para um partido”, sinalizando inclusive possibilidade de suspender sua filiação ao Partido Comunista para ampliar sua base, refletindo um tom mais pragmático em temas sensíveis como segurança e migração.
José Antonio Kast, que já havia disputado o segundo turno em 2021, apareceu com discurso forte sobre a segurança pública e controle da imigração, política que inclui propostas controversas como exigir que migrantes irregulares contribuam para custear seu retorno ao país de origem. Kast defende ainda cortes significativos nos gastos públicos, o que provocou críticas tanto de rivais quanto do atual presidente Boric. Segundo ele, a segurança e o combate à criminalidade são fundamentais para a estabilidade do Chile, questão que dominou toda a campanha.
A eleição presidencial chilena se desenrola em um contexto de crescente polarização política, turbulências sociais recentes e aumento da insegurança no país, que viu a taxa de homicídios quase triplicar entre 2015 e 2024. A foto que ilustra a disputa mostra Jeannette Jara em um ato público, capturada por Claudio Santana/Getty Images, simbolizando a guinada inédita para a esquerda comunista na corrida presidencial chilena após décadas. O segundo turno, marcado para 14 de dezembro, será decisivo para definir a direção do Chile entre 2026 e 2030.





