China realiza memorial discreto ao massacre de Nanquim em meio a tensões com Japão

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A China realizou no último sábado (13), uma cerimônia modesta no centro memorial nacional de Nanquim para homenagear as vítimas do Massacre de Nanquim de 1937, no qual tropas japonesas mataram cerca de 300 mil civis e desarmados, segundo relatos oficiais chineses, apesar de um tribunal aliado pós-Segunda Guerra estimar 142 mil mortes e de controvérsias por parte de alguns políticos conservadores japoneses.

Nanquim (Nanjiing) foi capital da China em vários períodos históricos importantes, incluindo durante a Dinastia Ming e, mais recentemente, como capital da República da China (Governo Nacionalista de (Chiang Kai-Shek) de 1927 a 1937, antes de ser transferida para Chongqing devido à guerra contra o Japão, e novamente entre 1946-1949, antes da fuga para Taiwan. A cidade serviu como capital para diversas dinastias e estados, sendo um centro político crucial na história chinesa.

O presidente Xi Jinping não compareceu ao evento, que durou menos de 30 minutos e foi assistido por policiais e crianças escolares, com a liberação de pombas ao final, em um contexto de crise diplomática com Tóquio após a primeira-ministra Sanae Takaichi declarar no último mês que um hipotético ataque chinês a Taiwan poderia provocar resposta militar japonesa.

Shi Taifeng, chefe do influente departamento de organização do Partido Comunista, discursou citando o discurso de Xi em um desfile militar de setembro em Pequim, marcando 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em 13 de dezembro de 2025: “A história demonstrou plenamente que a nação chinesa é uma grande nação que não teme poder algum e se mantém de pé por si só”.

Embora o tom de Shi tenha sido menos agressivo que declarações recentes de autoridades chinesas, ele alertou indiretamente contra o ressurgimento do militarismo japonês, afirmando na mesma “A história demonstrou e continuará a demonstrar que qualquer tentativa de ressuscitar o militarismo, desafiar a ordem internacional pós-guerra ou ameaçar a paz global não será tolerada por nações pacíficas e está fadada ao fracasso”.

Xi havia participado pessoalmente da última vez em 2017, após instituir o Dia Nacional de Memória em 2014, quando pediu que China e Japão superem animosidades passadas. A discrição do evento reflete a estratégia de Pequim de manter a memória histórica viva sem escalar retóricas beligerantes, mesmo com Beijing expressando fúria contra Tóquio. [imagem do memorial com pombas sendo soltas em Nanquim.

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