Diplomacia brasileira avança na COP30 enquanto arte e protestos marcam o segundo dia em Belém

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No segundo dia da COP30, realizada em Belém e iniciada na última segunda-feira, a diplomacia brasileira despontou com um feito raro em conferências climáticas: a aprovação sem disputas da agenda oficial das negociações. Conforme destacou o presidente da COP, André Correa do Lago, em entrevista na segunda-feira, 10.

“O que foi aprovado pelos países foram os US$ 300 milhões. Eu gostaria, nós gostaríamos que fosse mais, o mundo em desenvolvimento gostaria que fosse mais. Mas no momento é isso. Vamos ver como é que evolui.” Esse consenso inicial foi saudado como um sinal positivo de união pelos especialistas e organizações como o Greenpeace.

Enquanto isso, a presença simbólica da pequena Zagtxo, menina de 3 anos da etnia Laklãnõ/Xokleng, chamou a atenção nos corredores da conferência. Sua mãe, Isabel Gakra, explicou a importância de levar as crianças a esses espaços:

“[A nossa] tradição oral é levar os nossos filhos porque, afinal de contas, o planeta vai ser entregue na mão deles, das crianças.” A jornada de Zagtxo, que já participou de três COPs, reforça o papel das novas gerações na luta climática.

Uma manifestação pacífica de ativistas mexicanos trouxe um momento de reflexão na entrada da Zona Azul da cúpula, com manifestantes deitados no chão cobertos por lençóis, representando defensores ambientais mortos ou perseguidos. A arte também se fez presente na Blue Zone da COP30 com o mural “Cinzas da Floresta” do artista Mundano, pintado com cinzas reais de queimadas na Amazônia.

Essa obra, que transforma a destruição em um poderoso símbolo da emergência climática, foi produzida com material do Território Indígena Anambé, onde 40 mil hectares foram queimados em 2024. A foto do protesto registrada por Ivan Pisarenko/AFP e a imagem do mural de Renata Vedovato/Divulgação ilustram esses momentos marcantes do evento em Belém.

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