Por: Lucas de Azevedo
Dezenas de DJs e ativistas se reuniram na Praça Kossuth, em Budapeste, no último domingo (7), para protestar contra a política repressiva do governo húngaro em relação ao consumo de drogas em clubes noturnos. Nos últimos meses, a polícia realizou operações em discotecas, acendendo luzes para revistar jovens e detendo músicos críticos ao governo Viktor Orbán por possuírem pequenas quantidades de substâncias. Os organizadores enfatizaram que o ato visa proteger a cena noturna e o turismo, não defender traficantes.
Péter Sárosi, editor do site Drogriporter e idealizador do protesto, discursou:
“Dezenas de jovens estão a ser levados algemados. Não creio que esta seja a solução. Há, de facto, problemas de drogas, mas esta não é a solução. Estamos aqui em frente ao parlamento para pedir ao governo que se sente com especialistas, que apresente uma estratégia global de combate à droga e invista naquilo que tornará as nossas comunidades mais seguras e saudáveis, que é a prevenção, o tratamento, a redução de danos e a informação”.
O publicitário Róbert Puzsér, também presente no palco em 7 de dezembro de 2025, criticou o governo: o primeiro-ministro transformou a estratégia húngara de combate às drogas em um truque de campanha eleitoral, ignorando milhares de pessoas em regiões pobres cujas vidas são destruídas por drogas pesadas.
László Horváth, comissário governamental para erradicação do tráfico, defendeu recentemente tolerância zero às drogas ilícitas, mas tolera o álcool como parte da cultura local, apesar de 30 mil mortes anuais por alcoolismo contra poucas por overdoses.





