Por Heloísa Traiano, DW – Foto: Simonna Demarchi/Seduc-MT
Pesquisadores no Brasil e na Alemanha estão criando um “Duolingo indígena” para gamificar a revitalização de línguas nativas ameaçadas de extinção. O aplicativo está em fase de desenvolvimento e teste em duas comunidades indígenas em Mato Grosso e Rondônia, com a colaboração de pessoas indígenas e o uso de inteligência artificial (IA).
Sem fins comerciais, o projeto nasceu entre os cientistas brasileiros Fabrício Gerardi, da Universidade de Tübingen, e Gustavo Polleti, da Universidade de São Paulo. O objetivo é replicar, gratuitamente e só para línguas indígenas, o sucesso de aplicativos que propõem o aprendizado com tarefas curtas e lúdicas, com adaptações às sensibilidades da cultura indígena.
O BILingo, cujo nome temporário faz alusão a Línguas Indígenas Brasileiras (Brazilian Indigenous Languages, em inglês), não tem associação oficial com outros do setor, apesar de ser fortemente inspirado em alguns deles, sobretudo o Duolingo. O nome deverá ainda ser trocado para outro aportuguesado.
A expectativa é que o lançamento ocorra no ano que vem para as primeiras línguas — a bororo e a makurap. O diálogo com as comunidades pioneiras conta com o apoio de pesquisadores com experiência nos seus territórios.