Em viagem secreta a Israel, vice-chanceler de Taiwan busca cooperação em defesa e desafia pressão da China

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Em uma visita mantida em sigilo nas últimas semanas e revelada na última quarta-feira (10)), o vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Francois Wu, realizou uma viagem a Israel para discutir cooperação em defesa em meio à escalada de tensões com a China e ao impacto político da guerra em Gaza, segundo três fontes com conhecimento direto das conversas, que pediram anonimato devido à sensibilidade do tema.

As fontes afirmam que a ida ocorreu neste mês e se insere em uma aproximação gradual entre Taipei e Jerusalém, mesmo sem relações diplomáticas formais, impulsionada pela busca taiwanesa por tecnologias de defesa em múltiplas camadas inspiradas em sistemas israelenses.

“Taiwan vê Israel como um parceiro democrático crucial em segurança, especialmente depois dos ataques de 7 de outubro e da resposta militar em Gaza”, disse uma das fontes próximas, ressaltando que a visita de Wu foi planejada para passar longe dos holofotes e reduzir o risco de retaliações de Pequim, que considera a ilha parte de seu território.

Outra fonte destacou que o governo taiwanês tenta equilibrar sigilo e sinalização política: “O recado é que, apesar da pressão chinesa, Taiwan não vai abrir mão de aprofundar contatos com países que possam ajudá-la a fortalecer sua defesa”, afirmou, na mesma entrevista.

A chancelaria em Taipé evitou comentar a agenda de Wu, mas reforçou em nota que Taiwan e Israel compartilham “valores de liberdade” e mantêm cooperação crescente em comércio, tecnologia e cultura, enquanto imagens oficiais anteriores mostram o vice-ministro em reuniões com autoridades israelenses em Taipé, usadas agora pela diplomacia para ilustrar, em fotos de arquivo, a discreta porém contínua aproximação entre os dois lados.

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