Empréstimo de reparações para Ucrânia divide UE: Von der Leyen insiste apesar de resistência belga

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Ursula von der Leyen, (foto), presidente da Comissão Europeia, defendeu na última quarta-feira, 3, a criação de um empréstimo de reparações para a Ucrânia usando saldos em caixa de ativos russos congelados na União Europeia (UE), estimados em €185 bilhões na Euroclear, em Bruxelas.

“Com as propostas de hoje, garantiremos que a Ucrânia tenha os meios para se defender e avançar nas negociações de paz de uma posição de força”, declarou ela durante apresentação de textos legais que incluem garantias bilaterais de Estados-membros, contragarantia do orçamento da UE e proteções contra retaliações russas. O plano visa cobrir €90 bilhões das necessidades ucranianas de €135 bilhões para os próximos dois anos, com reembolso condicionado à compensação russa pelos danos da guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prévot, criticou duramente a proposta no mesmo dia 3 de dezembro de 2025, antes de reunião ministerial da OTAN, chamando-a de “a pior” das três opções financeiras para apoiar Kiev.

“Nossa porta sempre permaneceu aberta e ainda está. No entanto, temos a frustrante sensação de não termos sido ouvidos. Nossas preocupações estão sendo minimizadas”, afirmou Prévot, exigindo garantias que superem €185 bilhões e envolvam todos os membros da UE para evitar riscos “desastrosos” à Bélgica. Ele enfatizou: “Não é aceitável usar o dinheiro e nos deixar sozinhos diante dos riscos”.

O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, já havia alertado em carta enviada na semana anterior a Von der Leyen sobre perigos reais de retaliação russa e impacto em negociações de paz, datada de 27 de novembro de 2025.

“Esses riscos infelizmente não são acadêmicos, mas reais”, escreveu De Wever, opondo-se ao uso dos ativos por temer que impeça um acordo e sobrecarregue contribuintes europeus. Caso não haja consenso até o cume da UE em 18 de dezembro, a alternativa será dívida conjunta de cerca de €45 bilhões em 2026.

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