Estados-membros da UE apoiam acordo comercial com EUA sob forte pressão de Trump

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Na última sexta-feira 28, os 27 países da União Europeia decidiram apoiar o controverso acordo comercial negociado entre a Comissão Europeia e a administração Trump, que prevê a redução dos direitos aduaneiros da UE sobre importações americanas para zero, enquanto os EUA aplicarão 15% de tarifas aos produtos europeus.

A medida foi tomada em um contexto de intensas pressões dos EUA para acelerar a implementação do acordo firmado no verão passado, que alguns especialistas consideram desfavorável para a Europa. Nesta decisão, os Estados-membros rejeitaram a inclusão de uma cláusula de caducidade que encerraria o acordo após cinco anos, o que poderia provocar retaliações comerciais, segundo relatos de diplomatas da UE.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a opção por esse acordo é o melhor entre as alternativas frente à postura agressiva dos EUA. Apesar das críticas, a Comissão argumenta que não aprovar o acordo poderia agravar a guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, que triplicou os direitos aduaneiros sobre a UE antes da assinatura.

Além disso, o Conselho garantiu cláusulas permitindo a suspensão do acordo em casos de não implementação por parte dos EUA ou distúrbios significativos no mercado único europeu causados pelas concessões tarifárias.

O Parlamento Europeu, no entanto, prepara-se para impor alterações, inclusive a possível adoção futura da cláusula de caducidade, na negociação prevista até a próxima primavera. Em comentários anteriores à decisaõ, o chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que “um acordo comercial rápido e simples é melhor do que um lento e complicado”, representando a posição de muitos exportadores preocupados em assegurar acesso aos mercados americanos.

Por sua vez, o primeiro-ministro português António Costa reforçou que “um acordo é sempre melhor do que um conflito, e zero direitos aduaneiros é sempre melhor do que um direito aduaneiro”. Divergências internas da UE refletem a complexidade em conciliar interesses nacionais com a necessidade de manter a estabilidade económica diante das políticas protecionistas dos EUA.

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