Por: Lucas de Azevedo
Na última quinta-feira, 27, o Parlamento Europeu aprovou em votação final o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), viabilizado pelos votos favoráveis do PSD e CDS-PP e pela abstenção do PS, após quase dois meses de intenso debate e várias propostas apresentadas.
A oposição à esquerda criticou duramente a decisão dos socialistas, destacando que este orçamento reflete uma “chantagem” do Governo sem maioria, que usou a ameaça da dissolução da Assembleia para impor a sua política. Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, afirmou na sessão de encerramento: “
A história deste Orçamento estava escrita, mas não tinha que ser assim” e classificou como “insuportável” este entorse democrático.
Enquanto isso, o deputado social-democrata Hugo Soares elogiou a postura do PS por assumir a responsabilidade de viabilizar o documento, com cautela sobre as reais motivações: “Taticismo ou interesse nacional, o tempo o dirá”.
Ele ressaltou ainda o compromisso do PSD com o diálogo e a busca por soluções, enfatizando que 70 propostas da oposição foram aprovadas. Um dos pontos de tensão foi o reforço de verbas para o Tribunal Constitucional e a isenção de portagens em algumas autoestradas, que integraram propostas aprovadas contra a vontade inicial do Governo.
A proposta final do Orçamento foi o resultado de um processo marcado por críticas, negociações e decisões políticas delicadas, com o PS mantendo sua abstenção decisiva para a aprovação.
A votação ocorreu numa conjuntura política onde a estabilidade parlamentar é instável, e o saldo orçamental projetado para o próximo ano é positivo, mas vulnerável devido às várias alterações aprovadas.





