Por: Lucas de Azevedo
Nesta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, foi libertada da prisão em La Paz após permanecer detida por mais de quatro anos e oito meses. O Supremo Tribunal de Justiça da Bolívia anulou a sentença de 10 anos de prisão que havia sido imposta a ela em 2022 pelo caso do suposto golpe de Estado contra seu antecessor, Evo Morales. A decisão determinou que o julgamento de Áñez deve ser transferido para o legislativo, em um procedimento especial chamado “julgamento de responsabilidades” reservado a ex-chefes de Estado.
A anulação da sentença foi publicada nesta quarta-feira, 5, pelo Supremo Tribunal de Justiça da Bolívia, que ordenou a libertação imediata da ex-presidente. A Justiça concluiu que Áñez deve ser julgada no foro político e não no penal comum, conforme as prerrogativas para quem ocupou o cargo de presidente. Após sua libertação, Áñez permanecerá em La Paz para atividades políticas, incluindo participação na posse do novo presidente Rodrigo Paz
Ao deixar o Centro de Orientação Feminina Miraflores, em La Paz, às 11h58 (horário de Brasília), Áñez ergueu uma bandeira boliviana e foi recebida por familiares e apoiadores. Em seu discurso, reafirmou:
“Nunca houve um golpe de Estado. O que houve foi uma fraude eleitoral que levou todos os bolivianos a reivindicarmos nosso direito a que os votos sejam respeitados”. Ela também declarou: “Sinto a satisfação de ter cumprido com minha pátria e de que nunca me dobraram. E nunca vou me arrepender de ter servido ao meu país quando ele precisou de mim”.
Sobre a ex-presidente da Bolívia
Jeanine Áñez, de 58 anos, uma advogada que assumiu a presidência interina em 2019 após a renúncia de Evo Morales em meio a um cenário de crise política e protestos sociais, governou até novembro de 2020, quando foi sucedida por Luis Arce.
Sua ascensão ao poder ocorreu em um contexto de contestações eleitorais, com implicações que dividiram opiniões entre transição constitucional e golpe de Estado, sendo ela acusada pelo partido de Morales (MAS) de golpe, enquanto opositores apontaram ser uma resposta legal ao colapso político.





