Por: Lucas de Azevedo
Funcionários do Museu do Louvre, em Paris, votaram unanimemente na última segunda-feira, (8), por uma greve a partir da próxima segunda-feira, protestando contra condições precárias de trabalho, aumento no preço de ingressos para visitantes não europeus e falhas graves de segurança reveladas pelo roubo à luz do dia das Joias da Coroa francesa em 19 de outubro.
Os sindicatos CGT, CFDT e Sud enviaram uma carta à ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, afirmando que “visitar o Louvre se tornou um verdadeiro obstáculo” para milhões de admiradores de suas coleções vastas, e descreveram o museu, o mais visitado do mundo, como em “crise” com recursos insuficientes e condições de trabalho deterioradas.
O roubo, executado em menos de oito minutos com elevador de carga, esmerilhadeiras e motos de fuga, resultou em um butim estimado em €88 milhões, incluindo um colar de diamantes e esmeraldas dado por Napoleão à imperatriz Marie-Louise, ainda não recuperado.
Christian Galani, representante sindical do CGT no Louvre, declarou:
“Estamos em um museu deteriorado que mostrou suas fraquezas de segurança”. Ele destacou que o incidente do roubo expôs prioridades negligenciadas há tempo pelos sindicatos, agravadas por problemas estruturais como um vazamento de água em novembro que danificou centenas de publicações na biblioteca de antiguidades egípcias, e o fechamento temporário de salas devido a vigas enfraquecidas.
Os trabalhadores exigem foco em melhorias no prédio histórico, antigamente palácio real, proteção às coleções, visitantes e funcionários.
Galani reforçou em sua entrevista: “Precisamos de uma mudança de marcha”, alertando que as greves rotativas podem forçar o fechamento do museu e impactar a experiência dos visitantes com exposições fechadas por falta de pessoal e instalações obsoletas.
Os sindicatos alegam que o diretor do museu admitiu uma “falha terrível” na segurança, e pedem recursos urgentes para evitar mais incidentes em um local que atrai milhões anualmente. A ação unânime dos funcionários sinaliza uma crise profunda no icônico Louvre.





