Por Anna Tunkova, da CNN, foto: Jenifer Barros e M. Gamba Rios
Os morcegos têm uma má reputação. Mitos, contos populares e uma cobertura negativa da mídia fazem com que as pessoas frequentemente liguem esses mamíferos voadores a vampiros ou os culpem por surtos de doenças. Mas as populações de morcegos em todo o mundo estão em declínio e, sem eles, os ecossistemas perdem benefícios essenciais como o controle de pragas, a polinização e a dispersão de sementes.
Através da educação, pesquisa e defesa, Rodrigo Medellín, professor de ecologia na Universidade do México, fez de sua missão mudar a maneira como as pessoas veem esses animais. O fascínio de Medellín por morcegos começou aos 13 anos, quando ele segurou um nas mãos pela primeira vez. “Foi quando decidi dedicar minha vida ao estudo e à proteção deles”, ele diz. Desde então, as cavernas se tornaram seu lugar feliz.
“A paz, a escuridão, o silêncio além do guincho do morcego. Eu me sinto relaxado em uma caverna e tudo o que faço é tentar transmitir esse sentimento para as pessoas que estão comigo”, diz Medellín, que faz parte da Iniciativa Perpetual Planet da Rolex e ganhou vários prêmios por seu trabalho.
Ele também fundou a Rede Latino-Americana para a Conservação de Morcegos e a Global South Bats, uma rede de cientistas de morcegos.
Existem mais de 1.400 espécies de morcegos, o que representa cerca de um quinto de todas as espécies de mamíferos conhecidas em todo o mundo. Eles são os únicos mamíferos capazes de voo motorizado, em vez de apenas planar, o que lhes permitiu se espalhar pelo globo. Eles usam uma ecolocalização altamente desenvolvida para navegar e encontrar presas à noite, com alguns sendo capazes de sentir objetos tão pequenos quanto um cabelo humano.
Embora certas espécies vivam por mais de 30 anos, os morcegos se reproduzem lentamente – tipicamente um filhote por ano. Isso torna difícil para as populações se recuperarem do declínio.