Por: Lucas de Azevedo
A Igreja Católica na Espanha já recebeu mais de 100 denúncias de abusos sexuais contra menores apenas em 2025, conforme revelou um relatório recente. Desses casos, cerca de 58 foram solucionados. Durante anos, a instituição foi criticada por sua falta de transparência e demora em agir frente às denúncias, o que gerou pressão da sociedade e de entidades de defesa das vítimas para que medidas efetivas fossem tomadas.
Em entrevista concedida nesta sexta-feira, 21, Ana Cuevas, presidente da associação espanhola Infância Roubada e mãe de uma vítima, disse: “É um problema do qual não se fala. E o que não se fala, não se legisla.” Ela destacou os impactos negativos que as vítimas e suas famílias enfrentam, incluindo ameaças e o estigma social. Outro depoimento marcante foi o de Teresa Conde, professora de filosofia e vítima de abuso, que afirmou:
“A Igreja jamais dará um passo adiante por vontade própria.” As declarações ressaltam a necessidade urgentemente reconhecida de reformas institucionais para proteger os mais vulneráveis.
Com mais de 700 páginas, o relatório “Uma resposta necessária”, entregue ao congresso espanhol em outubro de 2023, é um marco na transparência e um chamado à ação contra a impunidade dos abusos na Igreja, revelando que o silêncio coletivo só tem perpetuado o sofrimento das vítimas.





