Por: Lucas de Azevedo
Autoridades iranianas detiveram de forma violenta a ativista Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, na última nesta sexta-feira (12), durante uma cerimônia em memória do advogado de direitos humanos Khosrow Alikordi, encontrado morto em circunstâncias suspeitas em seu escritório em Teerã.
A Fundação Narges Mohammadi, em comunicado divulgado no mesmo dia, exigiu “a libertação imediata e incondicional de todos os indivíduos detidos que participavam da cerimônia para prestar homenagens e demonstrar solidariedade”, classificando as prisões como “grave violação das liberdades fundamentais”.
Mohammadi, de 52 anos e líder da luta contra a opressão às mulheres no Irã, havia saído temporariamente da prisão de Evin em dezembro de 2024 por motivos de saúde, após sofrer ataques cardíacos e uma lesão óssea, mas sua equipe médica alertara que “seu retorno à prisão poderia agravar seriamente seu bem-estar físico”.
O marido de Mohammadi, Taghi Rahmani, exilado em Paris, confirmou a detenção em postagem nas redes sociais na sexta-feira (12), afirmando que “Narges Mohammadi, Sepideh Qolyan e várias outras pessoas foram presas em Mashhad”.
O irmão da ativista, Mehdi, também relatou os fatos à fundação, reforçando relatos verificados sobre a brutalidade da ação das forças de segurança. Condenada previamente a mais de 30 anos de prisão por “conspiração contra a segurança do Estado” e propaganda contra o regime, Mohammadi continuou seu ativismo mesmo detida, simbolizando a resistência iraniana em meio a críticas internacionais crescentes. [imagem de Narges Mohammadi em ativismo.
