Por: Catanduva Júnior
Em discurso na abertura da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR), no último sábado (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou “vontade política e coragem” dos líderes europeus para finalizar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), em negociação há 26 anos, que foi adiado mais uma vez pela UE.
Lula destacou que recebeu carta de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, do Conselho Europeu, com expectativa de fechamento em janeiro, mas lamentou:
“Tínhamos, em nossas mãos, a oportunidade de transmitir ao mundo uma mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégica em um cenário global cada vez mais competitivo. Mas, infelizmente, a Europa ainda não se decidiu. Líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola”. Ele enfatizou:
“Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos”.
No mesmo pronunciamento, Lula abordou segurança pública na região, criticando presença militar dos EUA na América Latina e propondo reunião de ministros da Justiça e Segurança para combater crime organizado, além de pacto contra feminicídio no Mercosul, assumido pelo Paraguai.
O presidente reafirmou a solidez da democracia brasileira após o 8 de janeiro de 2023: “A democracia brasileira sobreviveu ao mais duro atentado sofrido desde o fim da ditadura.
Os culpados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 foram investigados, julgados e condenados conforme o devido processo legal. Pela primeira vez na sua história, o Brasil acertou as contas com o passado”. Ele também citou dados da CEPAL sobre 11 mulheres latino-americanas assassinadas diariamente e enviou acordo para ratificação no Congresso para proteção transfronteiriça a vítimas de violência.





