Por: Lucas de Azevedo
Emmanuel Macron, presidente da França, reuniu-se com Xi Jinping, líder chinês, na última quinta-feira, 4, em Pequim, durante uma visita de Estado de três dias focada em comércio e diplomacia. Ele alertou para o risco de desintegração da ordem internacional que garantiu paz global por décadas, afirmando:
“Estamos enfrentando o risco de desintegração da ordem internacional que trouxe paz ao mundo por décadas, e nesse contexto, o diálogo entre China e França é ainda mais essencial do que nunca”. Ele pediu que a China se juntasse aos esforços por um cessar-fogo, propondo “uma moratória sobre ataques a infraestruturas críticas”.
Xi Jinping não endossou diretamente o apelo sobre a Ucrânia, mas declarou que “a China apoia todos os esforços que visem a paz” e defendeu um acordo aceitável por todas as partes. O líder chinês enfatizou a independência estratégica, dizendo:
“Não importa como o ambiente externo mude, ambos os lados como grandes potências devem sempre demonstrar independência e visão estratégica, mostrar compreensão mútua e apoio mútuo em questões centrais e críticas”. Xi também anunciou US$ 100 milhões em ajuda humanitária para Gaza e assinaturas de 12 acordos bilaterais em áreas como aeroespacial, energia nuclear e inteligência artificial.
Analistas veem na visita uma estratégia chinesa para fortalecer laços bilaterais com a França, possivelmente enfraquecendo a unidade da UE, que registra déficit comercial de mais de €300 bilhões com Pequim. Lyle Morris, fellow sênior do Asia Society, comentou:
“A China busca abrir uma cunha na abordagem da UE fazendo acordos bilateralmente com membros individuais da UE”.





