Macron e a polêmica do acordo UE-Mercosul: indignação e resistência na França

Compartilhe:

Durante a cúpula de chefes de Estado que antecedeu a COP30, realizada na última semana em Belém do Pará, o presidente francês Emmanuel Macron declarou estar “bastante positivo” sobre o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, porém afirmou estar vigilante para defender os interesses da França.

A fala, feita ao lado do presidente do Brasil, foi vista como um gesto de aproximação ao Mercosul, provocando forte reação do setor agrícola francês que se sente ameaçado. Claude Rousseau, líder sindical agrícola francês, criticou duramente a posição do presidente, afirmando que “ao escolher este momento e este lugar para estender a mão ao Mercosul, o presidente da República assina sua ruptura com a agricultura francesa” e prometeu mobilização para recusar o acordo que consideram prejudicial.

Por sua vez, a ministra da Agricultura, Annie Genevard, tentou amenizar a situação dizendo que “os limites deste acordo na França são conhecidos desde o início” e que “a conta ainda não fecha” para os interesses agrícolas do país.

Em entrevista concedida na pista do Aeroporto de Buenos Aires em novembro do ano passado, antes da cúpula do G20, Macron também destacou sua contrariedade ao tratado, afirmando que a França não assinará o acordo na forma atual.

Ele mencionou o descontentamento do presidente argentino Javier Milei em relação ao texto e reforçou que a França mantém uma posição firme, mesmo diante do apoio de outros países europeus.

Macron afirmou buscar um novo marco de investimentos que proteja a agricultura europeia e francesa, debatendo isso com o presidente Lula. A declaração reacendeu o debate interno na França, onde agricultores e políticos alertam para a vulnerabilidade do setor diante da concorrência com produtos do Mercosul

Back To Top