Por: Lucas de Azevedo
O México repudiou nesta segunda-feira a decisão do Peru de romper relações diplomáticas, após a concessão de asilo à ex-primeira-ministra peruana Betssy Chávez, acusada de envolvimento em tentativa de golpe de Estado em 2022. A Secretaria de Relações Exteriores mexicana classificou a ação peruana como “excessiva e desproporcional” diante de um ato legítimo, alinhado ao direito internacional.
“México desaprova a decisão unilateral do Peru, que não representa uma intervenção em seus assuntos internos”, declarou a pasta, enfatizando a defesa dos direitos humanos como prioridade.
Em Lima, o governo peruano, por meio do ministro das Relações Exteriores Hugo de Zela, qualificou a concessão de asilo na embaixada mexicana como um “ato inamistoso” que agravou a crise diplomática.
“Diante desse ato hostil e das repetidas interferências de autoridades mexicanas nos assuntos internos do Peru, decidimos romper relações diplomáticas”, afirmou.
Betssy Chávez enfrenta um processo no Peru por seu papel na tentativa frustrada de golpe promovida pelo ex-presidente Pedro Castillo. Para o governo peruano, o México tem mantido apoio político ao ex-presidente, cuja família está exilada no país norte-americano.
Apesar da grave crise, o México reafirmou que manterá seus laços com o Peru, mantendo aberta a representação diplomática e consular para promover vínculos entre os povos. O presidente mexicano, Cláudio Chembal, criticou publicamente a presidente peruana, chamando-a de governante “espúria” e sustentando que a destituição de Castillo foi ilegal.
“As portas do México continuarão abertas para a defesa do asilo e dos direitos políticos daqueles perseguidos”, declarou Chembal. A tensão diplomática é um reflexo da instabilidade política que persiste na região andina desde dezembro de 2022, com repercussões significativas nas relações bilaterais.





