Por: Lucas de Azevedo
Neste sábado, 15, o papa Leão XIV entregou ao presidente da Conferência Canadense de Bispos Católicos, Pierre Goudreault, 62 artefatos indígenas que estavam preservados nas coleções etnológicas dos Museus Vaticanos. Esses objetos, enviados originalmente por missionários católicos há um século, foram repatriados como parte do reconhecimento da Igreja Católica sobre seu papel na supressão cultural dos povos indígenas nas Américas.
O Vaticano destacou que a devolução desses itens é “um sinal concreto de diálogo, respeito e fraternidade”, esperando que esses artefatos testemunhem a história do encontro entre a fé e as culturas indígenas.
Em comentário oficial, o papa Leão XIV afirmou: “Confio à Igreja no Canadá estes artefatos, que testemunham a história do encontro entre a fé e as culturas dos povos indígenas. Trata-se de um ato de partilha eclesial.”
Ele também ressaltou que a devolução segue a política iniciada pelo Papa Francisco, que em 2022 fez um pedido formal de desculpas aos povos indígenas canadenses pelo histórico abuso em internatos católicos. Pierre Goudreault, por sua vez, declarou que a Conferência Canadense de Bispos Católicos transferirá os artefatos para as Organizações Nacionais Indígenas, garantindo que os objetos retornem às suas comunidades de origem e sejam respeitados e preservados.
A devolução destes artefatos vem cem anos após sua exposição pela primeira vez no Vaticano, em 1925, quando foram expostos no contexto de uma mostra etnológica. Agora, com a ação do papa Leão XIV, a Igreja busca uma reparação simbólica desse passado colonial, reafirmando o compromisso com o respeito às culturas indígenas.
A cerimônia aconteceu no Palácio Apostólico do Vaticano, com cobertura fotográfica oficial mostrando o momento da entrega, destacando a importância desse gesto histórico para o diálogo intercultural e o reconhecimento das feridas do passado.





