Por: Lucas de Azevedo
Na última quarta-feira, 20, a administração do Parlamento Europeu declarou inadmissível um projeto de resolução que buscava contestar o acordo comercial do Mercosul junto ao Tribunal de Justiça da UE, bloqueando a suspensão do processo de ratificação. O documento, apoiado por 145 deputados europeus, tentava frear um acordo altamente controverso entre a UE e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), cuja assinatura política ocorreu em dezembro de 2024 após duas décadas de negociações.
A eurodeputada belga Saskia Bricmont, dos Verdes, criticou duramente a decisão do Parlamento na entrevista concedida à Euronews em 20 de novembro de 2025, afirmando que “as prerrogativas dos eurodeputados estão a ser desrespeitadas e estão a ser amordaçados na sua capacidade de exercer as suas atividades parlamentares. Isto é muito grave”.
Embora apoiadores do acordo, principalmente Alemanha e Espanha, ressaltem a importância estratégica do pacto para a UE, agricultores e ativistas ambientais europeus seguem firmes na oposição, temendo concorrência desleal e impactos negativos no Acordo Verde.
Apesar da oposição significativa em várias nações, incluindo Hungria e Polônia, e a incerteza quanto à aprovação de países como França e Irlanda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem agenda marcada para uma visita à América Latina em 20 de dezembro para celebrar a assinatura formal do acordo. No entanto, diante do clima político tenso, levantam-se dúvidas sobre a realização dessa cerimônia





