Peru rompe relações diplomáticas com México após concessão de asilo à ex-primeira-ministra Betssy Chávez

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O governo do Peru anunciou oficialmente, nesta segunda-feira, 3, o rompimento das relações diplomáticas com o México, em resposta à decisão mexicana de conceder asilo político à ex-primeira-ministra Betssy Chávez, investigada por rebelião e acusada de tentativa de golpe de Estado junto ao ex-presidente Pedro Castillo. O chanceler peruano, Hugo de Zela, declarou em coletiva que a concessão do asilo pela embaixada mexicana foi recebida com surpresa e profundo pesar, classificando o ato como uma interferência inadmissível nos assuntos internos do Peru.

José Jerí, presidente interino do Peru, comunicou que a encarregada da embaixada mexicana no país, Karla Ornela, recebeu um prazo para deixar Lima.

O conflito diplomático se agravou após a tentativa frustrada de Castillo, em 2022, de dissolver o Congresso, que resultou em sua destituição e prisão. Betssy Chávez, que atuava como presidenta do Conselho de Ministros durante o governo de Castillo, está sendo processada por suposta conspiração e rebelião, com pedido de pena de até 25 anos.

O México justificou o asilo como um ato legítimo conforme o direito internacional e a Convenção de Caracas, alegando que Chávez sofre perseguição política e violações de direitos humanos no Peru. Entretanto, o governo peruano acusa o México de repetida interferência e ainda reprova declarações da presidente mexicana Claudia Sheinbaum que qualificaram Castillo como perseguido político.

O rompimento marca um ponto crítico numa relação bilateral já tensa desde dezembro de 2022, quando o México concedeu asilo à família de Pedro Castillo e deixou de reconhecer autoridades peruanas postas após a crise política. Apesar do rompimento oficial das relações diplomáticas, o comércio bilateral entre os países ainda é mantido, segundo análises recentes.

As declarações oficiais do chanceler Hugo de Zela e do presidente José Jerí destacam a postura firme do Peru na rejeição da intervenção mexicana, enquanto o México assegura que seu ato não interfere nos assuntos internos do Peru e foi justificado pelo direito internacional.

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