Por: Lucas de Azevedo
A polícia italiana realizou buscas nas sedes de 13 marcas de moda de luxo, como Dolce & Gabbana, Versace, Prada, Gucci e Adidas, na última quarta-feira (3), para coletar documentos sobre governança e controle da cadeia de suprimentos, no âmbito de uma investigação sobre exploração de trabalhadores em oficinas terceirizadas de propriedade chinesa. Nenhuma das empresas está sob investigação criminal, e os promotores de Milão não solicitaram administração judicial para elas, diferentemente de casos anteriores envolvendo cinco outros grupos do setor. A operação, conduzida pela unidade trabalhista dos Carabinieri em Milão com apoio de Florença, Parma e Varese, visa avaliar o envolvimento das marcas no uso de mão de obra explorada.
Diego Della Valle, fundador da Tod’s — marca que enfrentou escrutínio similar em novembro —, defendeu as práticas de sua empresa em entrevista no mês passado alertando que “a reputação da marca ‘Made in Italy’ poderia ser prejudicada por essas investigações na cadeia de suprimentos”.
Ele enfatizou a importância de auditorias terceirizadas, mas promotores alegam que problemas identificados foram ignorados, levando a uma solicitação de proibição de seis meses em anúncios de produtos de luxo.
Um porta-voz dos promotores de Milão, consultado em 4 de dezembro de 2025, afirmou à Reuters que “o objetivo é permitir que as empresas corrijam falhas em seus modelos de compliance por iniciativa própria, sob pena de medidas preventivas adicionais”.
As 13 marcas terão oportunidade de ajustar estruturas organizacionais após entregar os documentos, com quantidades menores de produtos encontrados justificando a ausência de administração judicial imediata.





