Políticas da UE deixam crianças migrantes em situações perigosas, alerta ONG Save the Children

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Um relatório publicado na última quarta-feira, 26, pela ONG Save the Children destaca que as regras de migração da União Europeia estão intensificando os riscos enfrentados por menores que viajam em rotas perigosas do Sudão para a Europa.

Federica Toscano, especialista em migração da ONG, afirma que “a UE investe centenas de milhões no controle das fronteiras e da migração sem garantir que os direitos das crianças sejam respeitados, mesmo tendo essa obrigação legal”.

O estudo baseia-se em entrevistas feitas com 66 crianças, 19 especialistas e 11 cuidadores, revelando abusos severos como violência, exploração sexual, extorsão e detenções prolongadas, especialmente na Líbia.

O relatório ressalta que, embora o número de chegadas à Europa tenha diminuído, a quantidade de menores tentando alcançar as costas europeias continua alta. Crianças entrevistadas na Grécia relataram terem sido processadas como traficantes, enquanto em regiões dos Balcãs Ocidentais, cerca de um em cada cinco solicitantes de asilo sofreram repulsões violentas ou ilegais por parte da polícia de fronteira.

A ONG critica que o foco unilateral da UE na gestão rigorosa das fronteiras está empurrando os fluxos migratórios para a clandestinidade, o que deixa as crianças desprotegidas e vulneráveis ao tráfico e exploração.

Além disso, com o anúncio recente da Comissão Europeia, que em outubro prometeu €675 milhões para a gestão das fronteiras no Norte da África durante 2025-2027, a Save the Children alerta para os perigos de tais investimentos sem uma proteção adequada dos direitos infantis.

A ONG conclui que tais medidas contribuem para manter as crianças presas em situações de risco nos países de trânsito, tornando essencial uma revisão das políticas migratórias com foco na proteção dos menores vulneráveis.

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