Por AFP – foto : Frederico Parra
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (23) que a “Venezuela quer paz” diante do que considera uma ameaça de invasão militar por parte dos Estados Unidos.
Em agosto, Washington enviou contratorpedeiros, um submarino e barcos com efetivos das forças especiais para águas internacionais no Caribe. Em 2 de setembro, essa flotilha realizou o primeiro dos nove ataques contra embarcações e submersíveis, dois deles no Pacífico, nos quais matou pelo menos 37 supostos traficantes de drogas.
O presidente classificou essas operações como ameaça e assédio, e garante que elas têm como objetivo uma mudança de regime para se apropriar do petróleo venezuelano.
“Não à guerra”, disse Maduro durante uma assembleia com sindicatos associados ao chavismo ao enviar uma mensagem aos trabalhadores dos EUA. “‘Yes peace, yes peace, forever, peace forever. No crazy war!’ Não à guerra louca! ‘No crazy war!'”
“Isso se chama linguagem ‘tarzaneada’. Se traduzirmos ao espanhol tipo Tarzan seria [em português] ‘não guerra, não guerra, não querer guerra, não à guerra dos loucos, não à loucura da guerra’, essa seria a tradução de verdade”, brincou Maduro.
O termo “tarzaneado” se refere a uma linguagem na qual se omitem artigos, preposições e conjunções complexas. Ante o destacamento de forças norte-americanas no Caribe, Maduro ordenou uma série de exercícios militares. O mais recente foi acionado na madrugada desta quinta em 73 pontos da costa venezuelana.
O presidente também revelou que testou equipamento comprado de Rússia e China nessas manobras. “Obrigado presidente Putin, obrigado Rússia, obrigado China e obrigado a muitos amigos no mundo, a Venezuela tem equipamento para garantir a paz”, disse.
As declarações foram feitas depois de o governo norte-americano confirmar que a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) recebeu autorização para realizar operações encobertas na Venezuela.
Segundo a Casa Branca, as ações têm como foco o combate ao narcotráfico e a repatriação de cidadãos dos EUA detidos no país.
O ministro da Defesa da Venezuela afirmou que qualquer operação da CIA contra seu país “fracassará”.
“Sabemos que a CIA está presente não somente na Venezuela, mas em todas as partes do mundo”, disse o ministro Vladimir Padrino. “Poderão inserir não sei quantas unidades designadas à CIA em operações encobertas a partir de qualquer flanco da nação e qualquer tentativa fracassará”, acrescentou.
Padrino supervisionou uma nova rodada de exercícios militares em estados costeiros da Venezuela.





