Por: Lucas de Azevedo – imagens: BBC News
Sindicalistas e donos de cinemas de Hollywood expressaram forte preocupação na última sexta-feira (5) com a proposta de aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix por US$ 72 bilhões, alertando para perdas de empregos, concentração de poder e redução de lançamentos cinematográficos caso o negócio passe pela revisão regulatória.
Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, em entrevista no mesmo dia, defendeu o acordo com otimismo, afirmando que a empresa avança “em velocidade total” e que a fusão da biblioteca da Warner Bros., com franquias como Harry Potter e Game of Thrones, com sucessos da Netflix como Stranger Things, melhorará a experiência dos espectadores. Ele destacou: “A Warner Bros moldou o entretenimento do último século, juntos moldaremos o próximo”.
O Sindicato dos Roteiristas da América (WGA), em comunicado conjunto das sedes Leste e Oeste na última sexta-feira (5), urgiu que “essa fusão deve ser bloqueada”, argumentando que a aquisição eliminará empregos, reduzirá salários, piorará condições de trabalho, aumentará preços para consumidores e diminuirá a diversidade de conteúdo.
Michael O’Leary, CEO do grupo Cinema United, descreveu o acordo como uma “ameaça sem precedentes” à indústria cinematográfica global, com impactos negativos em salas de cinema de grandes redes a independentes em pequenas cidades nos EUA e no exterior.
O Sindicato dos Diretores da América (DGA) também manifestou “preocupações significativas”, defendendo que uma indústria competitiva é essencial para proteger carreiras e direitos criativos.
A transação, avaliada em US$ 27,75 por ação da Warner Bros. com valor empresarial total de cerca de US$ 82,7 bilhões incluindo dívidas, ainda depende de aprovações regulatórias nos EUA e na Europa, onde senadora Elizabeth Warren chamou o negócio de “pesadelo antimonopólio”.
Exibidores europeus, representados pelo Unic, alertaram para um “risco duplo” com menos filmes produzidos e exibidos nas salas. A Netflix planeja concluir a compra após a Warner separar suas divisões de streaming e redes globais no próximo ano.
