Por: Lucas de Azevedo – foto: Álvaro García Ortiz
Na última quinta-feira, 20, a Suprema Corte da Espanha julgou culpado o procurador-geral Álvaro García Ortiz por vazar informações confidenciais sobre Alberto González Amador, parceiro da líder conservadora de Madri, Isabel Díaz Ayuso, que estava sendo investigado por suspeita de fraude fiscal.
A corte decidiu por 5 votos a 2 suspender García Ortiz por dois anos do cargo, além de impor multas e indenizações, sendo esta a primeira vez na história moderna da Espanha que um procurador de alto escalão enfrenta julgamento criminal. García Ortiz nega as acusações e pretende recorrer ao Tribunal Constitucional. Segundo a governamental, “respeita a decisão, mas não a compartilha”.
Esta decisão representa um revés para o premiê Pedro Sánchez, que havia defendido García Ortiz durante todo o processo que durou meses. O caso chamou atenção da mídia espanhola pela gravidade da acusação: o vazamento de um e-mail e a divulgação de informações pessoais sensíveis durante uma investigação ativa. Além da suspensão, García Ortiz terá que pagar multa de €7.200, €10.000 em danos ao investigado e as custas processuais. O inquérito contra González Amador permanece em aberto.
Nesta quinta-feira, após o veredito, o governo espanhol informou que iniciará o processo para nomear um novo procurador-geral. A pronunciamento veio acompanhado de declarações oficiais destacando a independência da Justiça, apesar das divergências políticas evidentes no caso.





